A saúde do coração depende do seu CEP?

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

A saúde do coração depende do seu CEP?

Estudo mostra como fatores socioeconômicos, relacionados à desigualdade, têm forte influência no perfil da morbidade.
Estilo De Vida - Saúde Do Coração

Não chega a surpreender. De acordo com Associação Americana do Coração (AHA em inglês), adultos brancos são
os que mais se beneficiam em quatro indicadores socioeconômicos – educação, renda, emprego e seguro de saúde
 que também são determinantes para a saúde do coração, em comparação com afrodescendentes, hispânicos e
asiáticos daquele país.

O que a pesquisa aponta é cristalino: a prevenção da doença coronariana tem que levar em conta outros fatores, não biológicos, que estão associados à saúde cardiovascular. Em uma palavra: desigualdade.

Há muitos artigos sobre a maior predisposição dos negros para a hipertensão, e hipóteses sobre as causas dessa
condição. Entre elas, a de que a doença estaria atrelada ao fato de que parte dos escravizados que vinham da África
retinha sódio no organismo; ou o consumo do sal ser excessivo no Brasil Colonial, o que facilitaria o surgimento da enfermidade.

Entretanto, o novo estudo reflete o peso da precariedade que ainda aflige boa parte dessa população.
O trabalho vai mais fundo e acrescenta que há outras frentes onde atuar. Os pesquisadores sugerem que o estresse psicológico causado pelo racismo agrava o quadro.

“Intervenções econômicas e políticas públicas voltadas para educação, acesso à saúde e emprego serão benéficas
para todos”, afirmou o médico Joshua Joseph, professor da Universidade Estadual de Ohio. A Associação Americana
do Coração utiliza oito métricas para avaliar as condições ideais para o coração, e o status socioeconômico é o
principal fator que divide as pessoas em cidadãos de primeira e segunda classes.

Outra pesquisa, da Universidade da Califórnia, Los Angeles, também se apoia nos desdobramentos da desigualdade. Afirma que viver numa vizinha desfavorecida afeta a escolha alimentar, o aumento de peso e até a microestrutura do cérebro – mais especificamente, as regiões envolvidas em recompensa, emoção e compreensão.

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