Rafaela Silva decide e conduz Brasil ao bronze no judô por equipes: "Na base do ódio"

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Rafaela Silva decide e conduz Brasil ao bronze no judô por equipes: "Na base do ódio"

Esporte - Olimpíadas 2024

Oito anos depois de faturar o ouro nas Olimpíadas do Rio, Rafaela Silva voltou a conquistar uma medalha olímpica. Desta vez, a judoca foi a responsável por conduzir o Brasil ao bronze na disputa por equipes. Na final do terceiro lugar contra a Itália, a brasileira foi responsável por duas das quatro vitórias do país nessa fase, neste sábado, na Arena Champ de Mars, em Paris.

Depois do placar marcar 3 a 3 com o fim das seis lutas anteriores, Rafaela foi sorteada para o desempate que valia o bronze. Contra a italiana Veronica Toniolo, ela conseguiu aplicar um waza-ari, que foi confirmado através do vídeo. Após a vitória, a judoca celebrou mais uma conquista em entrevista à Globo.
 
– Com certeza foi especial, bati na trave cheguei até à semifinal no individual e fiquei sem medalha. A gente conversando todos os dias, quando ia almoçar, jantar, se encontrava na vila e a gente falava: "Essa medalha é nossa, nem que a gente esteja na base do ódio, essa medalha é nossa". A gente não poderia sair daqui sem essa medalha. Poderia ter acabado antes com o ponto de cada um, mas Deus colocou essa última luta na minha mão e eu consegui sair com essa vitória – comemorou Rafaela.

Esta medalha foi a quarta do judô brasileiro nestas Olimpíadas de Paris, após o ouro de Beatriz Souza, a prata de Willian Silva e o bronze de Larissa Pimenta. Foi o melhor resultado do país em uma única edição.

Em toda a história dos Jogos Olímpicos, o Brasil já faturou 28 medalhas no judô.
Nesta tarde, contra a Itália, Rafael Macedo e Beatriz Souza venceram as primeiras lutas e abriram 2 a 0. Depois, Leonardo

Gonçalves foi derrotado por Gennaro Pirelli e o placar ficou 2 a 1. Rafaela Silva ganhou a terceira e deixou o Brasil a um triunfo do bronze. Porém, Willian Lima e Ketleyn Quadros perderam e a decisão ficou para o desempate, que foi vencido por Rafaela Silva.

Seis judocas representaram o Brasil nessa disputa final, mas a equipe brasileira também foi formada por Daniel Cargnin, Rafael Silva, Larissa Pimenta e Guilherme Schmidt.

Veja as falas dos judocas brasileiros após o bronze
 
Rafael Macedo

– Eu queria muito essa medalha, a gente batalhou demais durante esse ciclo. É a recompensa do nosso trabalho lá no tatame.

Leonardo Gonçalves

– A gente é um time, eu estou ali junto com o Baby, eu sou teoricamente o reserva. Estou preparado, conheço os caras do peso-pesado. A gente merecia esse medalha e graças a Deus veio. Muito obrigado a todos que torceram.

Willian Lima

– Cara, eu tenho muito a agradecer a todo mundo. A gente estava ali como um time, muito incrível. Acima disso, parecia uma família. Muita gente no meio do caminho a gente sentiu que foi injustiçado. O pai do sensei Kiko chegou a falecer, então a gente não estava sozinho por ali. A gente estava pelos injustiçados, pelo pai do sensei Kiko, por todo mundo, sabe. Era algo muito maior. Então, quando vieram e falaram para lutar no 73kg, eu falei que eu confiava em mim, que eu acreditava em mim, que tinha potencial. Falei que tanto eu quanto o Cargnin, quem entrasse ia entregar o coração.
 
– Acabamos optando por mim, porque estrategicamente seria um efeito surpresa. (...) Acho que quando eles viram que era eu, acho que foram pegos um pouco de surpresa. Eu senti o Lombardo (Manuel) bem nervoso, bem ansioso para lutar. Eu senti algumas dificuldades, ele lutou um pouco diferente do que eu tinha montado de estratégia dos vídeos que eu tinha visto dele, então acabei tendo que montar algo ali o meio do caminho.

– Mas, cara, eu acho que o mais feliz disso tudo é que eu dei tudo de mim ali em cima. Eu acho que quando você sabe que fez tudo, eu não fiquei chateado de ter perdido, porque o Lombardo é o 5° no mundo no 73kg. Eu bati de igual para igual com um cara que é do peso de cima, número 5 do mundo. Eu deixei tudo lá no tatame.
Beatriz Souza

– Competição por equipe é diferente, aqui a gente luta pelo outro. Tivemos uma semana dura. Por mais que eu tenha tido uma grande realização ontem, eu não podia deixar de ajuda a minha equipe, não poderia sair daqui sem conquistar essa medalha pra todo mundo. Todo mundo aqui merece, todo mundo entregou tudo de si durante toda a semana. Hoje, principalmente. Isso é equipe. É um entregando pelo outro, um se doando pelo outro e ganhando um pelo outro.

Ketleyn Quadros

– Eu estou muito feliz. Realmente é a realização de um sonho perfeito. Poder concretizar essa medalha por equipe tão sonhada. Depois de todo o caos que a gente passou, de toda as emoções que a gente passou, eu acho que era muito merecido essa medalha. Eu fico feliz, porque a gente fez acontecer no tatame apesar das emoções no coração, mas isso faz parte - essa emoção da disputa por equipe. Isso é muito bom de ver nessa hora o que é a união de cada um, o que é a entrega de cada um deixada ali no tatame. Então eu fico muito feliz de ganhar essa segunda medalha olímpica.
 
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