Prefeito defende que as “meninas” da cidade sejam “castradas” para controle da população local.

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Prefeito defende que as “meninas” da cidade sejam “castradas” para controle da população local.

MP vai analisar declaração de prefeito que defendeu ‘castrar meninas’ para controle populacional
Política - Ministério Público

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) vai analisar o discurso do prefeito do município de Barra do Piraí, Mário Esteves, que defendeu que as “meninas” da cidade sejam “castradas” para controle da população local. A apuração preliminar, instaurada nesta segunda-feira, 18 de setembro de 2023, tem o objetivo de verificar se o gestor cometeu excessos e avaliar uma eventual responsabilização.

“O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o Dione [secretário de Saúde]? Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara”, disse o prefeito, depois de anunciar a i

nauguração de uma creche na cidade, no último dia 14.

O prefeito tem dez dias úteis para se manifestar. “Deverão ser comprovadas documentalmente quais medidas de controle populacional foram efetivamente implantadas durante o seu governo, especialmente a quantidade de cirurgias de laqueadura e vasectomia, os critérios para aprovação de tais cirurgias, bem como a distribuição de preservativos e outros métodos contraceptivos na rede municipal de saúde”, diz a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Barra do Piraí.

A declaração do prefeito da cidade do sul fluminense recebeu críticas no final de semana, e o Solidariedade resolveu expulsá-lo. A direção regional do partido foi unânime. O presidente estadual da sigla, deputado Aureo Ribeiro, classificou a fala como misógina (preconceito ou ódio contra mulheres) e um “total desrespeito” a elas.

Prefeito diz que errou termos

O prefeito Mário Esteves se manifestou nas redes sociais depois das críticas e disse que errou os termos. “Reconheço o equívoco na troca do termo técnico – ‘laqueadura’ por ‘castrar’”, escreveu. “No entanto, isso não diminui a importância do assunto. O que deveria entrar em pauta era o planejamento familiar.

Esse é o assunto que tem que estar nas manchetes – e não a troca num termo técnico. Infelizmente, hoje, qualquer palavra mal colocada pode se transformar em barbárie nas mãos de pessoas mal intencionadas”.

Ele também pediu empatia e disse que nem sempre as palavras refletem as verdadeiras intenções. “Na era da comunicação instantânea, um simples mal-entendido pode desencadear um julgamento impiedoso. É crucial lembrar que as palavras nem sempre refletem as verdadeiras intenções. Nossa sociedade precisa de uma dose maior de empatia e uma pitada a menos de julgamento precipitado”, escreveu.

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