Prefeito defende que as “meninas” da cidade sejam “castradas” para controle da população local.
MP vai analisar declaração de prefeito que defendeu ‘castrar meninas’ para controle populacionalO Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) vai analisar o discurso do prefeito do município de Barra do Piraí, Mário Esteves, que defendeu que as “meninas” da cidade sejam “castradas” para controle da população local. A apuração preliminar, instaurada nesta segunda-feira, 18 de setembro de 2023, tem o objetivo de verificar se o gestor cometeu excessos e avaliar uma eventual responsabilização.
“O que não falta em Barra do Piraí é criança. Cadê o Dione [secretário de Saúde]? Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara”, disse o prefeito, depois de anunciar a i
“Tem que começar a CASTRAR as meninas”. - Mario Esteves, Prefeito de Barra do Piraí/RJ.
— Luciano Carvalho (@lucianocarvaIho) September 16, 2023
Sinceramente eu não sei nem o que dizer ao ouvir isso aqui. Engraçado que as mulheres precisam ser CASTRADAS, mas os homens não, né? Mulher deve fazer filho sozinha pic.twitter.com/QoeAMMlDyw
nauguração de uma creche na cidade, no último dia 14.
O prefeito tem dez dias úteis para se manifestar. “Deverão ser comprovadas documentalmente quais medidas de controle populacional foram efetivamente implantadas durante o seu governo, especialmente a quantidade de cirurgias de laqueadura e vasectomia, os critérios para aprovação de tais cirurgias, bem como a distribuição de preservativos e outros métodos contraceptivos na rede municipal de saúde”, diz a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Barra do Piraí.
A declaração do prefeito da cidade do sul fluminense recebeu críticas no final de semana, e o Solidariedade resolveu expulsá-lo. A direção regional do partido foi unânime. O presidente estadual da sigla, deputado Aureo Ribeiro, classificou a fala como misógina (preconceito ou ódio contra mulheres) e um “total desrespeito” a elas.
Prefeito diz que errou termos
O prefeito Mário Esteves se manifestou nas redes sociais depois das críticas e disse que errou os termos. “Reconheço o equívoco na troca do termo técnico – ‘laqueadura’ por ‘castrar’”, escreveu. “No entanto, isso não diminui a importância do assunto. O que deveria entrar em pauta era o planejamento familiar.
Esse é o assunto que tem que estar nas manchetes – e não a troca num termo técnico. Infelizmente, hoje, qualquer palavra mal colocada pode se transformar em barbárie nas mãos de pessoas mal intencionadas”.
Ele também pediu empatia e disse que nem sempre as palavras refletem as verdadeiras intenções. “Na era da comunicação instantânea, um simples mal-entendido pode desencadear um julgamento impiedoso. É crucial lembrar que as palavras nem sempre refletem as verdadeiras intenções. Nossa sociedade precisa de uma dose maior de empatia e uma pitada a menos de julgamento precipitado”, escreveu.
Portal SBN