Postos de combustíveis do ES que usavam substância tóxica no etanol são interditados

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Postos de combustíveis do ES que usavam substância tóxica no etanol são interditados

Postos de Vila Velha e Guarapari misturavam o metanol para "render"
Espírito Santo - Postos

Três postos de combustíveis da Grande Vitória suspeitos de adulterar o etanol com uma substância tóxica que, se ingerida, pode levar à morte, foram interditados nesta quarta-feira (5). A operação foi realizada pela Polícia Civil, Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Os nomes dos estabelecimentos não foram divulgados, segundo a Polícia Civil, para não atrapalhar as investigações e a identificação de novos focos de irregularidades.
Delegado Eduardo Passamani, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, explicou que os estabelecimentos – dois em Vila Velha e um em Guarapari – misturavam o metanol para "render" a quantidade disponível de combustível. Com isso, vendiam mais, gastando menos. Um litro da substância, conforme afirmou, custa em cerca de R$

2. Ao todo, 15 postos foram fiscalizados, sendo que em três houve a suspeita de adulteração. Um deles estava com a licença ambiental vencida desde junho. Após análises preliminares do material, confirmadas em laboratório no dia seguinte, ocorreram as interdições.
"Num primeiro momento, foi feita uma coleta preliminar [do combustível]. Notamos alguns indícios de que estaria adulterado. Em seguida, levamos para um exame laboratorial, que confirmou a fraude. O metanol é considerado perigoso não só para quem tesá manuseando, como para quem também está no posto de gasolina – é o caso dos frentistas, por exemplo", afirmou.

Somente com as investigações será possível esclarecer como as adulterações aconteciam.

Caso o esquema seja comprovado, os empresários responsáveis pelos postos podem responder por crime contra ordem econômica, devido à venda de derivados de petróleo fora das especificações; contra a saúde pública; além de organização criminosa.
"Dependendo do que identificamos nas próximas diligências, se identificarmos transportadoras, distribuidoras no conluio, pode haver a indicação de uma organização criminosa", disse o delegado.
O fiscal da ANP Marcelo da Silva ressaltou ainda que o metanol possui elementos que o tornam extremamente perigosos à saúde humana. Apesar de ser permitida no Brasil, a substância não deve ser misturada com outros combustíveis. Segundo ele, o etanol pode ter a presença de até 0,5% de metanol, por conta das contaminações cruzadas, mas esse índice chegava a 5% nos postos interditados.

O presidente da Comissão de Explosivos e Combustíveis da Ales, deputado Denninho Silva, pontuou que novas operações serão feitas até dezembro. "Temos recebidos diversas denúncias. À medida que em que as documentações forem chegando, vamos para as ruas, chegando até no interior do Estado", avaliou.

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