Morre jogador de time sub-15 no ES que levou tiro na cabeça ao mexer em arma
Morreu na tarde desta quarta-feira (26/9), o adolescente de 14 anos que levou um tiro na cabeça em Cariacica, na Grande Vitória, no sábado (21). Segundo a equipe médica, a família decidiu doar os órgãos.
Murilo Costa Felix Oliveira, de 14 anos, era jogador da equipe sub15 do Porto Vitória, time de futebol capixaba, estava na casa de um amigo, de 15 anos, manuseando uma arma que pertencia ao pai do colega, com o amigo, quando o disparo aconteceu.
O g1 conversou com o médico ortopedista e traumatologista José Carlos Gomes que acompanhava o paciente no Hospital Nossa Senhora da Glória Dra. Milena Gottardi, em Vitória. Ele disse que o paciente passou por novos exames que comprovou a falta de fluxo sanguíneo.
"Era por volta de 18h que a família foi comunicada. O pai resolveu doar os órgãos e capitação começou ontem mesmo. Ainda é cedo para dizer quais órgãos serão doados", explicou Gomes.
A família disse para o médico disse que o enterro de Murilo está previsto para a manhã desta sexta-feira (27), no cemitério Parque da Paz em Cariacica.
O Porto Vitória, time em que o jovem fazia parte, lamentou a morte do jogador nas redes sociais.
"É com imenso pesar que o Porto Vitória lamenta o falecimento do atleta Murilo Costa Felix, jogador da equipe Sub 15 do verdão. Murilo foi internado em estado grave no Hospital Infantil de Vitória na noite do último dia 21/09, após ter sido baleado na cabeça, ele lutou bravamente, mas infelizmente na noite do último dia 25/09 a equipe médica que acompanhou Murilo constatou a morte cerebral do jovem de apenas 14 anos", disse a publicação.
Entenda o caso
De acordo com a Polícia Militar, o amigo de 15 anos contou que os dois estavam na casa dele, quando ele pegou um revólver que estava guardado no cofre do quarto do pai e mostrou a arma para o amigo. Segundo o jovem, o jogador acabou disparando contra si próprio ao manusear a arma.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e prestou os primeiros atendimentos ao adolescente, que foi encaminhado ao Hospital Infantil de Vitória.
O pai do menino baleado contou que foi surpreendido com uma ligação de um policial, por volta das 23h30, avisando sobre um acidente e que o filho estava sendo levado para o hospital.
"Recebi a ligação de um cabo da Polícia Militar alegando que o meu filho tinha sofrido um acidente e estava sendo encaminhado para o hospital. Ele falou que teve um disparo de arma de fogo dentro de uma residência. [...] O meu filho já chegou no hospital em um estado muito grave", contou.
O pai falou que não recebeu nenhuma informação sobre o que houve.
"Eu não sei onde fica essa residência, não sei que é o pai do menino, não sei quem é esse garoto, não sei com quem o meu filho estava no momento em que aconteceu essa tragédia. Não tenho informação nenhuma".
No dia do atendimento, o médico do clube informou que o estado do jogador era grave.
“A bala perfurou a cabeça, com entrada e saída. As primeiras 24 horas são importantes para ver como o atleta vai reagir”.
Familiares do adolescente de 14 anos e profissionais do clube em que ele joga foram até o hospital para acompanhar o caso.
O técnico que treina o jogador falou que ele é cheio de sonhos e está sempre brincando com os colegas.
“Um menino de 14 anos cheio de saúde e sonhos, brinca sempre com os colegas, está sempre mexendo com um e com outro, como todo bom adolescente. Muito inteligente e talentoso com uma ótima leitura de jogo, se adaptando a essa transição criança para adolescente”, avaliou.
A Polícia Militar informou que o rapaz de 15 anos foi levado à Delegacia Especializada de Adolescentes em Conflito com a Lei (Deacle), com o irmão de 26 anos como responsável legal.
A Polícia Civil disse que o rapaz de 15 anos foi autuado por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio e encaminhado ao Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (Ciase).
O g1 perguntou se o pai do jovem de 15 anos, que foi apontado como o dono da arma, foi ouvido, se registro de posse e da arma, mas a Polícia Civil respondeu que “as informações que existiam no momento já tinham sido enviadas”.
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