Mitos e verdades sobre o câncer de próstata
O Dr. Rodrigo Wilson Andrade, coordenador da urologia da HAS Clínica, esclarece dúvidas sobre essa temida doença
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino responsável pela produção de parte do fluido seminal, que nutre e transporta os espermatozoides. O câncer de próstata é uma neoplasia maligna que se desenvolve na próstata, sendo uma das formas mais comuns de câncer em homens, perdendo apenas para o câncer de pele.
“Os fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar, obesidade e dieta ocidental. O impacto na vida do paciente pode ser significativo, afetando a qualidade de vida devido a sintomas urinários e sexuais, além do impacto psicológico do diagnóstico”, explica o Dr. Rodrigo Wilson Andrade, coordenador da urologia da HAS Clínica.
Por se tratar de uma doença muito recorrente, existem muitos mitos que a cercam e, portanto, o urologista do HAS Clínica listou as dúvidas mais comuns de seus pacientes quando confrontados com a doença:
O uso de esteroides anabolizantes, tipo de roupa íntima, atividade sexual, masturbação e vasectomia NÃO estão associados ao câncer de próstata;
Homens negros TÊM maior risco de desenvolver câncer de próstata;
A idade é um fator de risco, contudo, a doença NÃO é exclusiva de idosos;
O histórico familiar aumenta SIM o risco de desenvolvimento de câncer de próstata;
O estilo de vida sedentário e a obesidade PODEM ser fatores de risco;
A terapia de reposição de testosterona PODE aumentar o risco em alguns casos;
O câncer de próstata PODE causar impotência sexual, porém, nem todos os casos requerem tratamento imediato;
O câncer de próstata NÃO é contagioso;
Mulheres trans podem ter risco reduzido, mas NÃO eliminado.
“Outras dúvidas recorrentes são sobre a taxa de sobrevivência, que varia muito e, sobretudo, se exame de PSA substitui o de toque. A resposta é não, pois, níveis altos de PSA não são exclusivamente indicativos de câncer”, diz o Dr. Andrade.
Quanto aos sintomas da doença, os mais comuns incluem anormalidades do trato urinário inferior, como polaciúria, noctúria, fluxo urinário fraco e hematúria. No entanto, o câncer de próstata pode ser assintomático, especialmente em estágios iniciais.
Os testes diagnósticos incluem o exame de PSA, toque retal, RNM e biópsia prostática. O PSA, como já citado, é um marcador sérico que pode indicar a presença de câncer, mas tem limitações de sensibilidade e especificidade. A ressonância magnética também tem um papel importante na seleção dos pacientes que, realmente, precisam realizar a biópsia que, inclusive, é o padrão-ouro para o correto reconhecimento da doença.
O diagnóstico precoce pode permitir tratamentos menos invasivos e melhorar o prognóstico. As opções de tratamento incluem vigilância ativa, prostatectomia radical, radioterapia, terapia de privação androgênica e quimioterapia. Cada tratamento tem efeitos colaterais potenciais, como disfunção erétil e incontinência urinária.
“A alta taxa de mortalidade por câncer de próstata pode estar associada ao diagnóstico tardio e, em alguns casos, à agressividade do câncer. Portanto, a prevenção deve incluir a modificação de fatores de risco, como dieta e atividade física. Vale lembrar que consultas regulares com urologistas são essenciais para o monitoramento, mesmo na ausência de sintomas”, finaliza o Dr. Rodrigo.
PORTAL SBN | SISTEMA BRASILEIRO DE NOTÍCIAS