A Ucrânia inicia nesta segunda-feira (24/022025) o quarto ano de guerra total contra a Rússia em meio a incertezas sobre o apoio dos Estados Unidos. Enquanto as tropas ucranianas enfrentam um inimigo numericamente superior, Washington dá sinais de mudança na sua política, abrindo negociações diretas com Moscou sem incluir Kiev e descartando o envio de tropas para garantir a segurança ucraniana.

Na última semana, Donald Trump chamou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de “ditador” e o aconselhou a fechar rapidamente um acordo de paz. Em resposta, Zelensky afirmou que o ex-presidente dos EUA vive em uma “bolha de desinformação” e intensificou contatos com líderes europeus para fortalecer alianças.

Três anos de guerra e incertezas

Desde que Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia em 2022, milhares de cidadãos foram mortos e mais de seis milhões vivem como refugiados. Estimativas ocidentais indicam que centenas de milhares de soldados de ambos os lados já foram mortos ou feridos.

Na última noite, a Rússia lançou 185 drones contra a Ucrânia, mas sem causar danos significativos, segundo as forças de defesa de Kiev. Em resposta, tropas ucranianas atingiram uma refinaria de petróleo russa em Ryazan.

Negociações e futuro incerto

O governo ucraniano teme que a redução do apoio militar dos EUA comprometa sua defesa. Trump tem pressionado Kiev a aceitar um acordo que abriria a riqueza mineral da Ucrânia aos americanos em troca de apoio financeiro, mas Zelensky recusou um primeiro rascunho por não conter garantias de segurança adequadas.

Além disso, Washington cogitou cortar o acesso da Ucrânia ao sistema de internet via satélite Starlink, essencial para suas operações militares. Trump também sugeriu que o país realizasse eleições, um tema sensível, já que a lei marcial em vigor impede a realização de votações desde o início da invasão.

No domingo (23/02/2025), Zelensky declarou que estaria disposto a renunciar à presidência se isso trouxesse a paz, brincando que poderia trocar sua saída pela entrada da Ucrânia na OTAN. No entanto, especialistas avaliam que um acordo de paz ainda está distante.

Portal SBN | Com informações | CNN Brasil