A jovem chegou a ser socorrida ao Hospital Santa Marcelina de Itaquera, mas não resistiu. O caso foi registrado como feminicídio pelo 49º Distrito Policial (São Mateus), que requisitou perícia. O ex-companheiro não foi localizado.
O enterro de Jenifer foi na manhã desta sexta-feira (21) no Memorial Jardim Santo André.
Ao g1, o primo de Jenifer contou que a vítima e o ex se relacionaram por dois anos, e os dois têm uma filha de 9 meses. Para a família, o relacionamento era conturbado.
"Ela vivia embaixo de ameaça. Ele ameaçava minha avó, minha tia, a filha mais velha dela, que era de outro relacionamento, e por conta das ameaças ela acabava cedendo e voltava. Chegou a deixar ela trancada na casa e ameaçava na frente da minha tia que ia matar ela. Ele sempre foi assim. Foram dois anos passando por esse pesadelo", diz o primo Clayton Martins.
Conforme o parente, as ameaças ficaram mais constantes quando houve o término do relacionamento, há três meses. Jenifer estava feliz por ter sido contratada havia 9 dias para um novo emprego, diz o primo.
"Ela parou de ceder as ameaças que ele estava fazendo e começou a viver. Fazia três meses que eles tinham terminado e ela fez boletim de ocorrência contra ele e teve medida protetiva. Ela foi contratada há 9 dias e estava planejando fazer o aniversário da mais nova em janeiro, que fará 1 ano. Sonho dela era fazer a festinha e foi interrompido por ele".
Clayton ainda contou ao g1 que Jenifer chegou a ser ameaçada horas antes de ser morta.
"Ele mandou mensagem para ela que ia acabar com a vida dela. A irmã dela viu a mensagem, mas a gente não tem como provar agora porque ele levou o celular dela após o homicídio. Minha avó até falou para ela nem ir trabalhar no dia. Mas ela disse que não podia deixar de ir, ainda mais que precisava de dinheiro para a festa da filha de 1 ano", diz o primo.
"Ele disse na mensagem que ia fazer nossa família chorar antes do aniversário dela, dia 16 de novembro, e que ia matar ela".
O primo conta que a Jenifer estava sentada em uma escadaria esperando pelo transporte da empresa, quando o ex chegou por trás e atirou. "Disseram que ela disse para ele não fazer isso. Não satisfeito com os quatros disparos, ele ainda efetuou o último".
Agora, a família espera que o suspeito seja localizado. "Feminicídio não tem que acontecer. Só quem passa por isso sabe a dor. Ela não era só minha prima, era minha irmã. Queremos que se faça Justiça. Minha prima perdeu a vida tão inocente".