Investigação aponta que papel higiênico era vendido pela metade do tamanho para órgãos públicos do ES
Fábrica de Cariacica é investigada por vender menos do que constava na embalagem para prefeituras, hospitais e empresas.Uma fábrica de papel toalha e papel higiênico de Cariacica está sendo investigada por vender menos do que constava na embalagem para prefeituras, hospitais e empresas. Quem descobriu a fraude foi a Secretaria de Saúde do estado.
Foram feitas buscas e apreensões dos produtos em fábricas de Vila Velha e Cariacica. Os técnicos do Instituto de Pesos e Medidas do Estado (Ipem) realizaram a medição dos papéis higiênicos e papeis toalhas e constataram a fraude.
Um papel que na embalagem informava ter 300 m tinha apenas a metade, por exemplo.
"Identificamos o produtos, fizemos uma análise prévia e chegamos a um número que era uma defasagem em torno de 50 a 54% do produto, de subtração do produto. A partir daí foi feita as investigações e chegamos a essa operação", disse Mário Louzada, diretor do Ipem.
Investigações da Delegacia de Defesa do Consumidor e da Assembleia também apontaram que os produtos eram vendidos na Região Metropolitana.
"Eles venderam não só no comércio, mas para o estado também. Nós identificamos que esse produto foi comercializado aí para pelo menos mais de 35 lojas que revendiam para consumidores finais. Foi colocado para órgãos públicos federais, estaduais, municipais, mais de 15 prefeituras compraram esse produto", relatou o delegado titular da Delegacia Especializada da Defesa do Consumidor, Eduardo Passamani. .
A Secretaria de Saúde foi um dos destinos dos papéis irregulares.
A investigação começou a partir de denúncias. Segundo o delegado, os insumos estavam sendo fornecidos e o papel higiênico e o papel toalha não estavam sendo adequados, acabavam antes do que os órgãos públicos estavam acostumados.
O proprietário da fábrica se apresentou à polícia e vai responder por três crimes.
"O fabricante, se constatada a responsabilidade dele, no final, ele tá sendo investigado por crime contra o consumidor, com pena de 2 a 5 anos, crime de estelionato e crime de fraude na licitação, que também tem uma pena aí de até 8 anos", finalizou o delegado.
O dono da empresa se apresentou e disse aos investigadores que foi um erro pontual e que essa não é uma prática da fábrica. A reportagm também procurou a empresa por telefone, mas não foi atendida.