Gandini faz apelo por metas mais restritivas de qualidade do ar

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Gandini faz apelo por metas mais restritivas de qualidade do ar

Legislativo - Qualidade Do Ar

 Durante reunião da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente, o parlamentar cobrou a diminuição da meta em relação ao pó preto no próximo decreto do Governo do Estado, que será publicado em breve

 Gandini faz apelo por metas mais restritivas de qualidade do arO presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), cobrou uma meta mais restritiva em relação à poeira sedimentada, o chamado pó preto, e fez um apelo ao Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Seama).

"Eu queria pedir ao subsecretário da Seama que leve mais essa fala, mais esse apelo, ao secretário Felipe Rigoni (Meio Ambiente)", insistiu Gandini.

O pedido foi feito durante a reunião de ontem (23), realizada no Legislativo estadual, para acompanhar os avanços dos Termos de Compromissos Ambientais (TCAs), assinados pela Vale e ArcelorMittal, para reduzir as emissões atmosféricas.

"A gente não pode continuar com um padrão de mais de 10 anos atrás, no mínimo precisa começar em 10 g/m²/mês. A gente não pode olhar para os seis anos de TCA e falar que nada evoluiu. Evoluiu, e a gente precisa acomodar a legislação considerando essa evolução", declarou Gandini.

A proposta é regulamentar a Lei 12.059/2024, que institui a Política Estadual de Qualidade do Ar no Espírito Santo (PQAr). Atualmente, os padrões de qualidade do ar são estabelecidos pelo Decreto 3.463-R de 2013, e o objetivo é determinar novos parâmetros.

De acordo com o subsecretário estadual de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, Robson Monteiro dos Santos, optou-se por adotar, para a poeira sedimentável (o pó preto), quatro padrões intermediários (PI1 a PI4) e um padrão final (PF), com as respectivas concentrações de 14 g/m²/30 dias, 12, 10 e 08, em ordem decrescente, e o final ainda vai ser estabelecido pela PQAr.

O prazo para PI1 está em vigor, o PI2 começa em janeiro do ano que vem, o PI3 em 2033 e o PI4 em 2044, sendo que o padrão final ainda vai ser decidido. Ou seja, a norma atualmente estabelece como aceitáveis 14 gramas/m²/mês, com diminuição gradual até oito gramas de média em 2044.

A Lei nº 12.059/2024, de autoria do Governo do Estado e que foi aprovada no início deste ano e sancionada em 28 de março, recebeu uma emenda de Gandini que estabelecia um prazo de 180 dias para a revisão do decreto, que deveria trazer avanços.

"É inadmissível aprovar o decreto em 14 g/m² e dizer para a Vale, a ArcelorMittal e o Ministério Público que o trabalho deles (nos TCAs) foi jogado no lixo. Queria pedir mais uma vez ao governo, ao Iema, que seja publicado algo para que a gente comemore o resultado desse trabalho, não dizendo que não foi feito nada", cobrou Gandini.

O coordenador de Empreendimentos Industriais do Iema, Maurício Castro, afirmou que houve, nos últimos anos, um avanço significativo no controle de emissões por parte da Vale e da ArcelorMittal. O cumprimento das metas dos TCAs se encerra em 31 de dezembro. "Não é só uma mudança de equipamentos, é de fato uma mudança de cultura", defendeu.

 Gandini faz apelo por metas mais restritivas de qualidade do arO gerente de Meio Ambiente da Vale, Romildo Fracalossi, e a gerente ambiental da ArcelorMittal, Gabriela Escobar Ludolf, apresentaram dados atualizados das medidas tomadas em conformidade com o TCA. O representante da Vale destacou o cumprimento de todas as etapas em relação à supressão de pó, proteção de correias, wind fence (barreiras para controlar a velocidade do vento), pavimentação de áreas e enclausuramento de viradores. Em execução está apenas a implementação de canhão de névoas.

Já a gerente da ArcelorMittal afirmou que a empresa já atingiu 95% dos planos previstos dentro de 131 metas, com destaque para 11 pátios estruturados em galpões, aprimoramentos em coifas e filtros na estrutura dos altos-fornos e galpões infláveis para pátios sem tarefas contínuas.

Um levantamento feito pelo presidente da ONG SOS Juntos Ambiental, Eraylton Moreschi, demonstrou que, no período de 2022 até 2024, cerca de 84% dos índices de emissão da poeira sedimentada ficaram abaixo de 8 g/m². O valor é bem abaixo do limite definido pela legislação, que é de 14 g/m².

O deputado Gandini pontuou que os números melhores pedem um decreto com valores mais rígidos. Para Eraylton Moreschi e os deputados Gandini, Iriny Lopes (PT) e Camila Valadão (PSOL), o parâmetro proposto é ultrapassado, pois a média atual já está abaixo da prevista para daqui a 20 anos.

"Já há uma intenção prévia de autorização, não é possível, eu não quero acreditar nisso. Porque nós já chegamos muito abaixo disso. Por que nós vamos voltar a 14? Não dá para voltar a 14, 14 é fóssil. É fóssil. Não dá mesmo", criticou Iriny.

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