Em carta sobre eleições, bispos do ES dizem que 'mentiras sobre fechamento de Igrejas não podem calar a verdade

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Em carta sobre eleições, bispos do ES dizem que 'mentiras sobre fechamento de Igrejas não podem calar a verdade

Bispos comentam sobre disseminação de violência política e que o voto não pode ser motivado pela mentira e pelo medo.
Espírito Santo - Eleições 2022

Os bispos do Espírito Santo publicaram, nesta quinta-feira (20), uma carta direcionada aos fiéis capixabas para que não deixem de lado os valores cristãos na hora da votação do segundo turno, que será realizado no domingo (30).

A carta foi escrita em Roma, onde o Arcebispo Metropolitano de Vitória Dom Dario Campos participa de um encontro com o Papa Francisco e outros bispos do Brasil.

Na carta, os bispos mencionam que: "as origens cristãs não podem ser jamais esquecidas a fim de que não percamos o rumo e a direção que devemos seguir na construção de um Estado marcado pelos frutos do Espírito Santo, que são: 'amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, felicidade, mansidão e autodomínio'".

 

"Neste segundo turno eleitoral, o futuro do nosso Estado, aquilo que desejamos para nossas crianças, jovens, adultos e idosos, está sendo moldado. Por isto, todos nós devemos agir sempre comprometidos com a verdade, a justiça e a paz, na defesa da vida e da dignidade de todas as pessoas, especialmente os mais pobres e vulneráveis, que sofrem ao longo dos anos, com a ausência de políticas públicas voltadas para o seu bem-estar integral, conforme ensina a Doutrina Social da Igreja. A verdadeira cidadania cristã exige diálogo, respeito, solidariedade e repúdio a toda e qualquer forma de violência, que fere a vida e a dignidade das pessoas."

Ainda na carta os bispos comentam sobre mentiras sobre fechamento de Igrejas e sobre fake news.

"As mentiras sobre fechamento de Igrejas o medo, o ódio e a violência política que são disseminadas pelas ruas e pelas mídias sociais não podem calar a verdade do empobrecimento e da fome que a realidade nos mostra, orientando, assim, o agir e o voto dos cristãos. Não podemos admitir que o nosso Estado retroceda na garantia de direitos, na confiança e seriedade das instituições, no combate a toda forma de violência que provoca tanto prejuízo, dor e sofrimento ao povo, principalmente aos pequenos e empobrecidos. Quando o voto é iluminado pela fé e a razão e não pela mentira e pelo medo, realiza-se um pacto com os governantes, pelo nosso futuro e pelo futuro de quem amamos, como uma manifestação de nossa vontade de viver num Estado que gera e faz a vida crescer."

Leia a íntegra da carta:

Roma, 20 de outubro 2022.

“Deixo-vos a Paz, a minha paz vos dou!” (Jo 14,27)

Caros irmãos e irmãs

A todos, graça e bênção da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Príncipe da Paz!

Neste tempo de grandes desafios e esperanças, encontramo-nos em Roma, participando da Visita Ad Limina Apostolorum, junto aos túmulos dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, colunas da Igreja, e, em unidade com o Papa Francisco, com quem hoje nos encontramos, dirigimo-nos ao Povo de Deus do Estado do Espírito Santo, que se prepara para escolher os seus candidatos, às vésperas do segundo turno eleitoral.

Nosso Estado nasceu no dia de Pentecostes, celebração litúrgica que evoca o envio da Igreja pelo mundo inteiro para anunciar, com a alegria evangélica, as maravilhas do Reino de Deus, fazendo discípulos missionários de Jesus Cristo, formados com os valores do Reino para a promoção da paz, justiça e fraternidade.

Nossa história também foi marcada pela presença da Virgem Maria, reconhecida sempre como aquela que intercede e caminha conosco, a quem nós, capixabas, saudamos e reverenciamos como Nossa Senhora da Penha, Senhora das Alegrias.

Estas nossas origens cristãs não podem ser jamais esquecidas, a fim de que não percamos o rumo e a direção que devemos seguir na construção de um Estado marcado pelos frutos do Espírito Santo, que são: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, felicidade, mansidão e autodomínio” (Gl 5,22).

Neste segundo turno eleitoral, o futuro do nosso Estado, aquilo que desejamos para nossas crianças, jovens, adultos e idosos, está sendo moldado. Por isto, todos nós devemos agir sempre comprometidos com a verdade, a justiça e a paz, na defesa da vida e da dignidade de todas as pessoas, especialmente os mais pobres e vulneráveis, que sofrem ao longo dos anos, com a ausência de políticas públicas voltadas para o seu bem-estar integral, conforme ensina a Doutrina Social da Igreja. A verdadeira cidadania cristã exige diálogo, respeito, solidariedade e repúdio a toda e qualquer forma de violência, que fere a vida e a dignidade das pessoas.

As mentiras sobre fechamento de Igrejas, o medo, o ódio e a violência política que são disseminadas pelas ruas e pelas mídias sociais não podem calar a verdade do empobrecimento e da fome que a realidade nos mostra, orientando, assim, o agir e o voto dos cristãos. Não podemos admitir que o nosso Estado retroceda na garantia de direitos, na confiança e seriedade das instituições, no combate a toda forma de violência que provoca tanto prejuízo, dor e sofrimento ao povo, principalmente aos pequenos e empobrecidos.

Quando o voto é iluminado pela fé e a razão e não pela mentira e pelo medo, realiza-se um pacto com os governantes, pelo nosso futuro e pelo futuro de quem amamos, como uma manifestação de nossa vontade de viver num Estado que gera e faz a vida crescer.

A Carta Pastoral que escrevemos sobre a “Melhor Política” lança luzes sobre a realidade do nosso Estado e do nosso País, com princípios e orientações importantes para ajudar aos cristãos e a todos os que procuram o bem comum a escolherem os seus governantes.

Clamamos pela Paz e confiamos a vida do povo do nosso Estado do Espírito Santo à intercessão maternal de Maria, Nossa Senhora das Alegrias, a Virgem da Penha, pedindo sobre todos e todas a luz e o discernimento do divino Espírito, a fim de que nos comprometamos a construir o Estado que tanto desejamos, a partir da “Melhor Política”, isto é, a do Bem Comum.

Dom Dario Campos, OFM
Arcebispo Metropolitano de Vitória
Presidente do Regional Leste 3

Dom Paulo Bosi Dal’Bó
Bispo da Diocese de São Mateus
Vice-presidente

Dom Luiz Fernando Lisboa
Bispo da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim
Secretário

Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa
Bispo da Diocese de Colatina

Dom Andherson Franklin Lustoza de Souza
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

 

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