Em entrevista ao Jornal da CBN, o deputado federal Ênio Verri (PT-PR) disse que a manutenção do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 será prioridade no governo Lula. De acordo com o texto enviado ainda pela equipe do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, esse valor é válido apenas até dezembro.

'Temos 30 milhões de brasileiros passando fome, 66 milhões em situação de insegurança alimentar. O Auxílio Brasil é fundamental, então nós temos que achar alternativa para ele em primeiro lugar. Temos que garantir a manutenção. Bolsonaro fez todas as promessas de continuidade, mas não colocou no Orçamento os valores necessários para isso', afirmou.

Segundo o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Orçamento, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o presidente eleito terá que escolher quais promessas quer ver incluídas na peça orçamentária. Ele usou a expressão "estamos no osso". Questionado sobre a possibilidade de acomodar as promessas de campanha, Ênio Verri defendeu que o novo governo terá outras preferências.

'O governo Bolsonaro congelou o Orçamento. (...) E a peça orçamentária que foi entregue tem a cara do governo dele, que tinha outras prioridades, o governo Lula tem as prioridades, como aumento real do salário mínimo, Auxílio Brasil, Bolsa Família, rever a tabela do imposto de renda. Vamos ter que sentar, olhando conta por conta do Orçamento e construir um espaço para isso. (...) É possível', garantiu.

Sobre possíveis articulações, Verri citou a possibilidade de redução da taxa de juros e dialogar com o Congresso um "waver", o que seria um espaço no Orçamento para poder ultrapassar o limite da receita.

'Isso é uma questão de diálogo, e não tem ninguém melhor para dialogar com o Congresso do que o presidente Lula', pontuou.

POR CBN