Canavial é usado por criminosos para desovar corpos
Polícia garante que tem atuado e combatido esse tipo de ação criminosa em Linhares, no Norte do estado.
Pelo menos três locais usados por criminosos de Linhares, na Região Norte do Espírito Santo, entre eles o canavial de uma destilaria, foram identificados e mapeados pela Polícia Civil capixaba como locais onde são deixados carros roubados, pessoas sequestradas e até corpos de vítimas de assassinato.
Além do canavial, que tem grande extensão territorial, outras duas regiões também foram listadas pela polícia com casos de abandono de carros roubados.
Esses locais são descampados, de difícil acesso para as viaturas das polícias Militar e Civil e normalmente não transitam pessoas. Os criminosos usam determinados locais para 'esfriar' os veículos roubados e também para a desova de cadáveres", informou o delegado Fabrício Lucindo, titular da Delegacia Regional de Linhares.
Na madrugada de domingo (04/06/2023), por exemplo, um homem matou um colega de trabalho na volta de um forró e foi preso no alojamento de uma empresa de destilaria. A vítima, que foi enforcada, foi deixada no canavial.
No último mês, dois carros roubados de motoristas de aplicativo foram deixados no meio da plantação de cana da destilaria que fica nos bairros Jocafe 1 e 2. Um dos veículos foi incendiado pelos criminosos.
Rafael Soares, responsável pela destilaria, disse que a empresa tem percebido que cada vez mais criminosos têm usado o canavial como local de desova. Segundo ele, mesmo com a segurança patrimonial, não é possível monitorar toda a extensão do canavial.
"São 15 mil hectares de terra, muitos e muitos quilômetros de estrada. Então, fica um pouco complicado da gente conseguir rodar toda a nossa área o tempo todo. A gente tem um serviço, um trabalho pra tentar manter a nossa segurança da melhor forma possível. Entretanto, não é suficiente em razão da grande extensão territorial que tem aqui na nossa empresa", disse o responsável pela destilaria.
O responsável pela empresa também falou sobre o prejuízo ocasionado pelas ações criminosos na área da destilaria.
"Muitas vezes, a colheita ou o plantio precisam ser interrompidos para a polícia atuar. Já fomos obrigados a parar com nossa colheita e nosso plantio e remanejar para outra área. Isso tem um custo de dinheiro e tempo", disse Rafael Soares.
Além da área do canavial da destilaria, as regiões de Jataipeba e Chapadão do 15 também são usadas por criminosos como pontos de desova de corpos e veículos roubados. Quem vive nas regiões tem medo de falar.
O delegado Fabrício Lucindo garantiu ainda que a polícia tem atuado e combatido esse tipo de ação criminosa.
"A polícia tem empreendido várias diligências e conseguimos êxito na recuperação de veículos roubados, prisão de pessoas que cometeram homicídios e tentaram esconder os corpos. Então, esses crimes não estão fichando impunes e as pessoas estão pagando por eles", disse o delegado.
Com informações G1 ES