Bolsonaro cita Neymar e Zema, e Lula traz Tebet na volta da propaganda
Propaganda eleitoral para o segundo turno voltou nesta sexta; tempo de rádio e TV vai até 28 de outubroO candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apostou no apoio da ex-presidenciável Simone Tebet (MDB) em sua primeira propaganda eleitoral do segundo turno, nesta sexta-feira. Já Jair Bolsonaro (PL) explorou o suporte do jogador da seleção Neymar e de governadores, como Romeu Zema (Novo-MG) e Cláudio Castro (PL-RJ).
Lula trouxe um áudio com a fala de Tebet declarando voto nele para o segundo turno. "Depositarei nele o meu voto porque conheço no candidato Lula o seu compromisso com a democracia e com a Constituição, o que desconheço no atual presidente", diz a emedebista no trecho. Ela ficou em terceiro lugar no primeiro turno, disputado no último domingo, e a campanha petista espera angariar os votos dela para vencer em 30 de outubro.
A estratégia de Bolsonaro foi similar, trazendo a voz de Zema. "Eu estou aqui hoje para declarar meu apoio à candidatura do presidente. Eu acredito muito mais na proposta do presidente do que na proposta do adversário (Lula)", disse o governador mineiro. Zema foi reeleito no último domingo no segundo maior colégio eleitoral do país, sendo uma aliança importante ao presidente que também busca a reeleição.
A propaganda bolsonarista ainda citou o apoio de Neymar, sem, no entanto, colocar um áudio de sua fala. A peça não falou do apoio de Rodrigo Garcia, governador de São Paulo que perdeu o primeiro turno para Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT), apesar do colégio eleitoral paulista ser o maior do país.
O programa de Lula inicia agradecendo os eleitores. "Agradeço a Deus e a cada um de vocês por essa grande vitória no primeiro turno", diz o ex-presidente. "É hora de unir todo mundo que deseja paz e democracia", afirma um narrador. A propaganda também ataca pontos fracos de Bolsonaro, como a gestão na pandemia, e, até, temas delicados aos petistas, como corrupção. "A grande maioria dos brasileiros confirmou que não quer mais o presidente que está aí, desumano na pandemia, um desastre na economia e cheio de escândalos de corrupção", diz o locutor.
Lula prometeu retomar a política de valorização do salário mínimo, adotar um programa de renegociação de dívidas das famílias e a recuperação de investimentos em grandes obras. Bolsonaro, por sua vez, voltou a destacar medidas adotadas pelo seu governo recentemente, como o corte no preço dos combustíveis e o Auxílio Brasil de R$ 600.
A propaganda de Bolsonaro fez uma paródia com o jingle de Lula "A esperança agora é Lula lá" dizendo "é lero-lero, lero-lero" no mesmo ritmo. O presidente também explorou o sentimento de patriotismo.
Na rádio, a campanha de reeleição atacou a imprensa e as pesquisas de intenção de voto. "O povo teve vergonha das enganações das pesquisas e das mentiras dos sites e jornais", disse um narrador, que chamou os levantamentos de "safadeza das grandes". "Foi perda total de credibilidade das pesquisas", disse outra locutora. Eles chamaram o programa bolsonarista de "a rádio que toca verdade" e trouxeram falas de pessoas criticando as pesquisas.
Apesar dos ataques do presidente às urnas eletrônicas, a propaganda dele citou o processo de votação: "Vocês (eleitores) foram às urnas e confiaram em nosso trabalho". Bolsonaro acusa, sem nenhuma prova, de haver fraude do sistema eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu que o tempo de rádio e TV começasse com o programa do candidato mais votado no primeiro turno. Na corrida presidencial, Lula, que obteve 48,4% dos votos válidos no último domingo (2), foi o escalado. Bolsonaro, que somou 43,2% dos eleitores, foi o segundo a falar. A cada dia haverá alternância. Assim, no sábado, o programa do presidente será exibido antes.
PORTAL SBN | COM INFORMAÇÕES DO O GLOBO