Alvaro Abreu celebra o fazer manual de colheres de bambu em livro de memórias

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Alvaro Abreu celebra o fazer manual de colheres de bambu em livro de memórias

Em “Viva a produção prazerosa”, que será lançado no próximo dia 26 de outubro, em Vitória, o cronista compartilha suas ideias e vivências, métodos de trabalho e a paixão pelas ferramentas e pelo bambu
Cultura - Espírito Santo

Em “Viva a Produção Prazerosa - histórias das colheres de bambu”, seu segundo livro de memórias, o engenheiro, cronista e colhereiro Alvaro Abreu conta sua rica experiência como fazedor de colheres de bambu, iniciada há quase três décadas. Após o sucesso do lançamento em Cachoeiro de Itapemirim e em São Paulo, Alvaro Abreu irá apresentar a obra em Vitória (ES), no dia 26 de outubro, no Kiosque do Alemão, na Curva da Jurema. Os eventos seguintes serão no Rio de Janeiro (RJ), Brasília ( DF) e Pirenópolis (GO), em datas a serem anunciadas.

Na contramão da tendência de digitalização e automação, Alvaro exalta o prazer em produzir com as próprias mãos e com ferramentas bem simples. E vai além: comprova e defende que sempre compensa. O texto, escrito em primeira pessoa, é leve, didático e descontraído. Produzido pela Editora Mandacaru, o livro é dividido em 14 capítulos e inúmeras croniquetas, com 264 páginas coloridas e ilustradas com ótimas fotografias.

Nele, Alvaro fala de seu interesse por ferramentas e de sua admiração pelos bambus e apresenta seus métodos de trabalho, suas atitudes, valores e reflexões sobre o fazer bem feito. Ele define a produção prazerosa como um movimento impulsionado por pequenas e grandes emoções, que começam a brotar logo após que se toma a decisão de produzir alguma coisa, qualquer que seja ela. E afirma que outras emoções vão surgindo sucessivamente, a cada etapa do processo, até que o resultado final se apresente e que a sensação de realização se instale e dure por um bom tempo. 

Ao trabalhar sem projetos e livre dos males dos dinheiros e das imposições de normas, padrões e prazos, ele se move pelos prazeres de fazer algo que lhe agrade. Cada peça é única e seu formato resulta da sucessão de golpes e das restrições e especificidades de cada pedaço do bambu. 

Encantamento

No livro, Alvaro descreve seu processo de trabalho como sendo composto por duas atividades que se sucedem em ciclos, até que a peça seja considerada pronta e acabada: a de descobrir um defeito e a de tentar saná-lo. Relata também as iniciativas para divulgar o que faz e as surpreendentes consequências do encantamento de algumas pessoas por suas colheres. As composições formadas por dezenas de colheres singulares, quando apresentadas em fotos e em exposições, em movimentações que têm envolvido toda a sua família, vêm provocando impacto em muita gente, que se encanta com a variedade de formas e com as texturas do bambu, recurso renovável e abundante.

O livro traz relatos de experiências de expor as colheres de bambu em cidades brasileiras e também da Europa, incluindo oficinas e palestras sobre o prazer de produzir com as mãos. O autor já expôs suas peças em diversas cidades brasileiras e também na Áustria, Alemanha e Suíça. “Faço questão de ministrar oficinas de produção de colheres de bambu e de realizar palestras sobre o prazer de produzir com as mãos. Compartilhar esta experiência com as pessoas representa uma extensão do prazer que alcanço por meio desta atividade”, observa o autor, que compreende o fazer criativo como uma viagem movida por pequenas e grand es emoções, num processo que se inicia com a vontade assumida de produzir algo e a necessária preparação de materiais e instrumentos. PROGRAME-SE:LançamentoVitóriaData: 26 de outubro (quarta-feira)Horário: 17 às 21hOnde: Kiosque do AlemãoCurva da JuremaO LIVRO:“Viva a Produção Prazerosa - histórias das colheres de bambu”Editora Mandacaru264 páginas coloridas, 17x24,3cmPreço de capa: R$ 95Venda online com frete grátis até 26/10: bit.ly/producaoprazerosaSobre Alvaro Abreu:

Alvaro Abreu nasceu em Cachoeiro de Itapemirim. Engenheiro mecânico e mestre em engenharia de produção, foi professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), assessor no Ministério de Educação (MEC), pró-reitor na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), técnico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), trabal hou no BANDES e é sócio-fundador da TECMARAN, empresa especializada em gestão avançada da produção. Hoje, aos 74 anos, prefere ser conhecido como colhereiro. 

No Espírito Santo, atuou na implantação dos centros tecnológicos de metalmecânica, de café, confecções e de mármore e granito, e na criação da Feira de Mármore de Cachoeiro. Apoiou a criação da incubadora TECVitória e do Polo de Software de Vitória. 

Casado com Carol há 50 anos, é pai de 5 e avô de 8. Escreveu um livro sobre o infarto que teve aos 46 anos e começou a fazer colheres aos 47. Deve ter feito mais de cinco mil peças com bambu de que recolhe ou ganha dos amigos. Só utiliza ferramentas bem simples: foices, faquinhas, goivas, lixas e cacos de vidro. Não vende as peças que faz e gosta de fazer colheres para pessoas que lhe pedem. 

Trabalha diariamente. Sozinho, conversando, sentado na varanda ou andando na beira do mar. Sempre leva ferramentas e pedaços de bambu em suas viagens. Ao fazer colheres, o tempo não é variável relevante. Por convicção.

Já expôs suas colheres em várias cidades brasileiras, incluindo Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e João Pessoa. Sempre a convite de instituições, Alvaro já fez exposições com grande sucesso de público em Viena, Munique, Frankfurt e Winterthur, na Suíça.

No acervo do Die Neue Sammlung - International Design Museum de Munique estão 52 colheres compridas doadas por Alvaro, em 2002, em atenção ao grande interesse demonstrado por seus dirigentes.Publicou também “Crônica do meu primeiro infarto” (1996), é um dos autores da antologia “Pandemônio: cronistas brasileiros do século XXI” (2022) e um dos colhereiros da coleção “The Book of Spoon Templates” (2021, The Spoon Crank). Publica crônicas quinzenais no jornal A Gazeta. Sobre a Mandacaru:

Mandacaru Design foi criada pelas irmãs Manaira Abreu, designer gráfica, e Bebel Abreu, arquiteta e produtora, que se completam em suas expertises. O estúdio conta com uma extensa rede de colaboradores prestando serviços de fotografia, ilustração, design de produto, tradução, assessoria de imprensa, entre outros.

Enquanto Editora, a Mandacaru produz livros sob demanda, caso do “Viva a Produção Prazerosa”, de Alvaro Abreu. Outros títulos incluem a coletânea “Com a palavra: os ilustradores”, em que os ilustradores Roberto Negreiros, Orlando Pedroso e Ale Kalko criaram crônicas ilustradas baseadas em histórias vividas por eles; “Antes que acabe”, do artista plástico João Galera;  “Em busca do submarino U-513”, de Vilfredo Schurmann; “Da inspiração à tela”, de David Schurmann; e o livro de atividades para crianças, “Playbook Wildlife From Brasil”, em inglês, produzido para o Pavilhão Brasilei ro da Exposição Internacional ‘Expo Dubai 2021’.A empresa também é sócia brasileira do What Design Can Do, projeto baseado na Holanda e que tem filial na Cidade do México, Nairóbi, Tóquio e Nova Delhi.  PORTAL  SBN |  SISTEMA BRASILEIRO DE NOTÍCIAS 

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