'Ele estava com duas americanas', diz irmão de brasileiro assassinado nos EUA
Gilson Peron foi baleado em seu apartamento; família criou vaquinha para trazer o corpo para o Brasil— Ele ficou o dia todo na praia com um amigo. Mas à noite ele passou na casa do meu outro irmão. Ele estava com duas americanas, só sei que elas são de pele clara. E essas garotas ficaram dentro do carro. O Gilson passou lá rapidinho e foi para a casa dele. Pouco depois ele ligou pedindo ajuda e dizendo que foi baleado — disse o irmão da vítima, Reginaldo Peron, de 37 anos, em entrevista ao GLOBO.
Gilson relatou ter sido baleado quatro vezes. Mas, no dia seguinte, Reginaldo foi informado pelo hospital que a vítima tinha sete perfurações de bala: na perna, no estômago e nas costas.
— No telefonema ele disse 'levei quatro tiros, vou morrer'. Mas até agora não sabemos exatamente quantos foram — afirmou Reginaldo.
As duas garotas que estavam no apartamento fugiram após o tiroteio. De acordo com Reginaldo, elas deixaram para trás as chaves do carro que estavam. A polícia esteve no local, mas a investigação ainda não avançou. Naquela mesma noite, sete estudantes da Norfolk State University foram baleados em um prédio perto do campus.
— Teve muita confusão naquela noite, sete baleados, então deram mais atenção para isso, e não foram atrás do caso do meu irmão. Mas eu vou prestar depoimento na segunda-feira e espero que eles encontrem quem fez isso — disse o irmão.
Traslado do corpo
Os parentes de Gilson agora tentam arrecadar dinheiro para trazer o corpo para o Brasil. Uma vaquinha online foi criada para levantar fundos. A família dele mora em São Sebastião da Barra, um distrito da cidade Iapu, em Minas Gerais.
"Infelizmente, a maior parte de sua família mora no Brasil, incluindo sua mãe e irmã, e não tiveram a oportunidade de estar ao seu lado. Sua mãe está arrasada e seu desejo é trazer seu filho, seu filho mais novo, para casa para um funeral decente no Brasil e enterrá-lo ao lado de seu pai, que faleceu em 2018", diz o texto que acompanha a vaquinha.
Gilson morava nos EUA desde 2019. Ele trabalhava fazendo pavimentação com tijolos.
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