Salvador e cidades do interior da BA registram alagamentos e enxurradas invadem casas por causa das fortes chuvas

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Salvador e cidades do interior da BA registram alagamentos e enxurradas invadem casas por causa das fortes chuvas

Na capital baiana, a Zona de Convergência do Atlântico Sul associada a um sistema de baixa pressão causam as fortes chuvas. Em cidades do oeste da Ba
Bahia - Alagamentos

Salvador e cidades do interior da Bahia registraram alagamentos por causa de fortes chuvas desde a noite de sexta-feira (26/1). Em alguns locais, uma enxurrada se formou e invadiu casas. Nos municípios do oeste da Bahia, prefeituras registraram mais de 600 desalojados. Apesar do cenário, não há registro de feridos ou desaparecidos.

Na capital baiana, a atuação na atmosfera da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) associada a um sistema de baixa pressão (cavado), ao longo da costa do Nordeste, mantém o céu nublado com chuvas fracas a fortes, com risco para alagamentos e deslizamentos de terra, neste sábado (27/1).

Ainda neste sábado, a cidade registrou pontos de alagamentos em algumas das principais vias como Avenida Paralela, Bonocô e Juracy Magalhães. Apesar da situação, não houve registro de grandes danos, mas o trânsito apresentou lentidão na Avenida Juracy Magalhães, por exemplo, onde uma grande poça de água se formou antes do viaduto Rei Pelé.

No bairro do Rio Vermelho, um equipamento da rede elétrica foi danificado pela chuva, o que resultou em falta de energia na Travessa Prudente de Morães. De acordo com a Neoenergia Coelba, responsável pelo fornecimento de energia, equipes técnicas foram encaminhadas ao local e o serviço está previsto para ser concluído no início da tarde deste sábado.
 
Ainda por causa das fortes chuvas e das más condições de navegação, a travessia Salvador-Mar Grande, que operava normalmente desde as 5h da manhã deste sábado, suspendeu o transporte marítimo das lanchinhas às 8h30, por recomendação da Capitania dos Portos. De acordo com a Associação dos Transportadores Marítimos (Astramab), não existe previsão para a retomada das operações.

Segundo informações da Defesa Civil (Codesal), o Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil de Salvador (Cemadec) aponta que os maiores acumulados de chuvas registrados nas últimas 12 horas (atualizados às 8h) foram nos seguintes bairros:
 

Calçada (92,4 mm)

Santa Luzia (93 mm)

Campinas de Brotas (91,8 mm)

Brotas (89,6 mm)

Centro (88,9 mm)
 
A média histórica da chuva na capital baiana para todo o mês de janeiro é de 76,9 mm, mas nas últimas 24h o volume de chuva ultrapassou essa média, já que alguns bairros contabilizaram mais de 80 mm nas 24h.

Na sexta-feira, a atuação da ZCAS associada a um sistema de baixa pressão (cavado) também provocou chuvas intensas. De acordo com o Cemadec, foram registradas chuvas moderadas a fortes. Os maiores picos de chuva em uma hora ocorreram em: Santa Luzia (48,2 mm), Brotas (47,8 mm), Capinas de Brotas (47,6 mm), Capelinha – Vila Picasso (45,2 mm), Calçada (44,4 mm), Bom Juá (42,8 mm), Pituba – Parque da Cidade (41,2 mm), IAPI (39,4 mm), Engenho Velho de Brotas (39,2 mm) e Chapada do Rio Vermelho (39,2 mm).

No domingo (28), a previsão é de céu nublado a parcialmente nublado com chuvas fracas e isoladas, a qualquer hora do dia. A Codesal informou ainda que há risco para deslizamentos de terra devido aos acumulados de chuvas dos últimos dias.

A Codesal permanece de plantão 24 horas atendendo às solicitações pelo telefone gratuito 199. Além disso, o órgão emite alertas para que a população não seja pega de surpresa. Para receber os boletins de alerta, basta enviar um SMS para 40199 e informar número do CEP. O serviço é gratuito.

Ainda por causa das chuvas, o Rio Cachoeira, que banha os municípios de Itabuna e Ilhéus, no sul da Bahia, subiu seis metros e as plantas conhecidas como baronesas foram arrastadas até a praia em Ilhéus.

Na mesma região, só que na cidade de Medeiros Neto, o Rio Alcobaça transbordou e alguns moradores ficaram ilhados. Eles precisaram ser resgatados por equipes do Corpo de Bombeiros.

Ainda no sul da Bahia, a Neoenergia informou que foram reforçadas as equipes de eletricistas, engenheiros e técnicos para recompor as estruturas elétricas danificadas pelas fortes chuvas e descargas atmosféricas (raios) que afetam a região.

Somente nas cidades de Ilhéus e Itabuna são mais de 400 profissionais. Nas cidades do sul e centro-sul mais afetadas, são cerca de 750 profissionais para atender às ocorrências geradas por essa condição climática adversa.

A intensidade das chuvas e fortes ventos, associada à característica da região sul – rodeada por uma formação florestal densa e árvores altas – causou danos nos equipamentos do sistema elétrico.

As principais ocorrências são causadas por árvores sobre a rede e danos provocados por raios. Há quatro dias as equipes enfrentam dificuldades, como vias sem acesso, bloqueios por deslizamentos, rios transbordando e alagamentos. Esses fatores dificultam a recomposição do sistema, que precisa ser realizada com todas as condições de segurança.

No oeste do estado, a chuva causou transtornos em diversas cidades entre elas Muquém de São Francisco e Wanderley.

De acordo com a Secretária de Assistência Social de Muquém de São Francisco, Luciara Passos, a cidade tem mais de 500 pessoas desalojadas. Não há registro de feridos ou desaparecidos.

As pessoas foram encaminhadas para casas de parentes e a prefeitura disponibilizou dois colégios municipais - Antônio Carlos Magalhães e Creche Gente Inocente - para abrigar a população. O município também recebeu apoio da igreja católica, que está recebendo moradores no templo religioso. A prefeitura disse ainda que acionou o Corpo de Bombeiros de

Barreiras e a Defesa Civil.
Ainda segundo Luciara Passos, a cidade já ficou sem abastecimento de água e a cidade de Ibotirama está dando suporte com carro-pipa.

Em Wanderley, de acordo com a assessoria da prefeitura, aproximadamente 108 pessoas estão desalojadas, uma média de 22 casas ficaram completamente destruídas. Na cidade também não há registro de desaparecidos. As pessoas desalojadas foram levadas para as escolas Juscelino Kubitschek e Isaías Silva, o Cras e a Casa de Apoio.

Em Paulo Afonso, no norte da Bahia, de meia noite às 4h, a chuva foi tão intensa que água invadiu o Hospital Nair Alves de Souza, e estradas vicinais, que ligam o município a povoados da região, ficaram ser interditadas.

Foram 125mm de chuva nesse período em Paulo Afonso e cerca de 80mm na zona rural.

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