Pequenos gênios: ES tem 15 crianças e adolescentes superinteligentes
Como saber se meu filho é gênio? O pequeno Francisco tem QI de 146 e é uma das crianças dessa lista. Ele escreveu o próprio nome na areia da praia quFalar vários idiomas, fazer cálculos de cabeça e saber todos os estados e capitais do país de cabeça. Ações que parecem "comuns" para algumas pessoas chamam mais a atenção quando, na verdade, são feitas por uma criança de apenas 4 anos de idade. Esse é o caso de Francisco Freitas, de Vitória, que é apenas uma das 15 crianças e adolescentes do estado que estão na lista das pessoas consideradas superinteligentes.
Segundo dados da Associação Mensa Brasil, entidade que reúne pessoas com altas capacidades intelectuais no país, e que representa oficialmente a Mensa Internacional, principal organização de alto Quociente de Inteligência (QI) do mundo, o Brasil possui 534 crianças e adolescentes superinteligentes.
Além das crianças e adolescentes, o Espírito Santo possui outros 13 adultos superinteligentes. Com isso, são 28 pessoas com alta capacidade intelectual.
Os pais do Francisco desconfiaram que o desenvolvimento dele estava acima da médica quando, com menos de dois anos de idade, ele escreveu o próprio nome na areia da praia.
"Vou filmar porque eu não tô acreditando não velho! Tá dando aula hein, tá dando aula. Francisco! Escreve vovó aí. Mamãe, então, vai. Parabéns! E papai? Papai agora. Que que é isso aí? Você é louco, né velho? Primeira vez", narrou o pai Alexandre enquanto filmava o filho escrevendo o nome na areia.
Foi depois disso que os pais procuraram um especialista para entender melhor as habilidades do filho. Francisco, aliás, também consegue montar um cubo mágico sozinho.
"Foi quando a gente realmente levou um susto. A princípio, a gente já viu a evolução dele, era só uma criança inteligente que percebe as coisas. Mas quando a gente viu ele escrevendo o nome dele na areia, foi o ponto para a gente procurar um especialista", contou Alexandre Freitas.
De início, o pai explicou que a própria escola chamou a atenção e apontou as habilidades do filho. Depois, eles buscaram orientação médica.
"A gente conheceu uma neuropsicóloga que analisa as crianças no Rio de Janeiro, e a gente ligou pra ela, fizemos uma videoconferência. Ela disse que tava vendo que o nosso filho era especial e falou que a gente precisava levar ele lá. Aí ele fez uma análise de dois dias, com uma bateria de exames, para testar o QI dele", explicou o pai.
Francisco, que tinha três anos na época, fez testes psicológicos que testaram a percepção, a interpretação e a análise e associações que ele poderia fazer. No resultado, uma surpresa ainda maior para os pais: o filho tinha um QI de 146, que segundo um consenso médico e de especialistas, já é considerado QI de crianças superdotadas.
Há um consenso também de que crianças que realizam um teste de QI, métrica que mensura a inteligência, e alcançam um percentil acima de 97, o equivalente a 130 pontos em testes utilizados no Brasil, são superdotadas.
Outras avaliações também testaram o que os pais já desconfiavam: uma avaliação cognitiva avaliou que Francisco, com três anos, pensava como uma criança de sete ou oito anos. OU seja, bem acima das crianças "comuns" da sua idade.
"Nós recebemos muitas orientações de profissionais e entendemos que tínhamos que partir para outros lados. Como a gente percebeu que ele tinha essa facilidade, e depende muito da gente evoluir, começamos a ter outro olhar. Ele é muito agitado e tem muito a crescer, e só depende da gente para orientarmos essa evolução", comentou Alexandre.
No Espírito Santo, segundo a Associação Mensa Brasil, 15 crianças e adolescentes de 4 a 14 anos são considerados super gênios e estão espalhados por aí.
Além de crianças e adolescentes superinteligentes, o estado também tem 13 adultos com o QI acima do média, segundo a Associação. São pessoas de 25 a 49 anos.
No total, entre crianças e adultos, o estado possui 28 pessoas super inteligentes.
Lado comunicativo sempre
Depois de tantos médicos e testes, os pais sabem que nunca podem esquecer do lado social e da interação com as outras crianças.
"A gente sempre observa muito esse comportamento dele. E ele é uma criança feliz. Ele é alegre, interage bem com todas as crianças, adultos, ele é simpático. Gosta muito de brincar com as atividades dele de números, letras. Além dele ser superinteligente, ele é uma criança feliz", disse a mãe, Cristina Vieira.
No meio de uma atividade ou outra com números, relógios e aprendendo os países olhando mapas, os pais também fazem questão de que Francisco se exercite bastante. Então, no meio da rotina, o filho também faz inglês e natação.
O que Alexandre percebe é que o filho tem bastante interesse em números. Mas o pai disse estar curioso para ver em quais outras áreas Francisco pode se aprofundar.
"Ele gosta de números porque o pai aqui é da exatas. Mas, com o tempo, ele pode descobrir outras áreas que ele goste. Eu ensinei ele a tocar parabéns no teclado e ele aprendeu. A gente ainda não sabe onde ele vai se dedicar, são tantas possibilidades", relatou o pai.
E enquanto o tempo vai passando, os pais aproveitam cada segundo acompanhando o crescimento do pequeno gênio.
"Pra mim é muito gostoso, uma benção. É uma responsabilidade muito grande e espero que ele use isso de forma consciente e um dia seja alguém que possa ajudar a humanidade, faça o bem pra comunidade com esse dom", disse o pai.
Como saber se meu filho é um pequeno gênio?
Segundo a Associação Mensa Brasil, alguns sinais podem ser observados para os pais tentarem descobrir se os filhos tem o QI alto. São eles:
Raciocínio rápido para resolver problemas.
Boa memória de longo prazo: capta as informações e as recupera com facilidade quando necessário (lembra-se de nomes ou rostos de pessoas que não vê há muito tempo, datas históricas, imagens, números etc.).
Boa memória operacional: capta e processa diferentes tipos de informações ao mesmo tempo.
Consegue diferenciar sons e visualizar detalhes em imagens com muita facilidade.
Rápida curva de aprendizado, apresentando habilidades avançadas para a sua idade cronológica: crianças que aprendem a ler aos 3 anos ou antes; crianças que conseguem compor uma música sem nunca ter estudado para isso etc.
Vocabulário avançado para a sua idade;
Alfabetização precoce;
Excelente desempenho em uma ou mais disciplinas em comparação a seus pares;
Grande interesse por um assunto e especial dedicação a ele;
Alto grau de curiosidade;
Criatividade;
Habilidade para adaptar ou modificar ideias;
Facilidade em fazer observações perspicazes;
Persistência ao buscar um objetivo;
Comportamento que requer pouca orientação do professor;
Liderança e autoconfiança.
De qualquer forma, quando os pais observam algo diferente no filho e desconfiam das habilidades, o ideal é procurar especialistas para avaliações.
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