Cid vai admitir que venda de relógio foi ordem de Bolsonaro
O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, afirmou nesta segunda-feiraMauro Cid vai admitir que vendeu um relógio Rolex por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O QUE ACONTECEU:
O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, afirmou nesta segunda-feira (21/08/2023) que ele fará uma confissão à PF sobre o caso de desvio e venda ilegal de joias da Presidência. A informação é da CNN.
Cid vai admitir que recebeu ordens de Bolsonaro para vender um Rolex avaliado em cerca de R$ 300 mil nos Estados Unidos.
Segundo o advogado, Cid ouviu de Bolsonaro a seguinte frase: "Resolve isso aí".
"É uma confissão. [Cid] vai admitir. As provas estão aí, ele vai admitir. Mas isso é início de conversa. Nem falei com o delegado que está com a investigação", afirmou o advogado. "[Cid] efetuou a venda do relógio nos EUA, daí ia trazer para cá o resultado. Ele era assessor do chefe. Fez isso e procurou entregar para quem o determinou que fosse feito a venda."
A defesa de Cid tenta marcar uma audiência com o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, para negociar um novo depoimento.
CONFUSÃO DE VERSÕES
Desde que assumiu a defesa na última quarta (16), o advogado Cezar Bittencourt deu declarações confusas e divergentes sobre os próximos passos de Mauro Cid no caso das joias.
Em entrevista à GloboNews, o advogado declarou que Cid era um assessor que cumpria ordens do chefe. "Ordem ilegal, militar cumpre também".
Na quinta (17/08/2023), Bitencourt afirmou que Cid iria confessar que participou da venda das joias a mando de Bolsonaro. A declaração foi dada à revista Veja.
Um dia depois, o advogado deu nova versão ao jornal o Estado de S. Paulo. "Não, não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Vejs (sic) não se falou em joias!", escreveu em mensagem.
À GloboNews, mais tarde, ele disse que o caso não se trata de joias, mas de somente uma: um relógio da marca Rolex. E que não se trataria de uma confissão, mas "esclarecimentos" a serem feitos aos investigadores.
Em nova entrevista ao Estadão, publicada neste domingo (20), o advogado disse que dará "20, 30 versões" e que "pode dizer o que quiser".
AS SUSPEITAS DA PF
A PF aponta que os recursos gerados com as venda dos bens eram repassados a Bolsonaro em dinheiro vivo. Outros indícios da participação do ex-presidente se deve ao fato de as joias serem levadas ao exterior durante viagens presidenciais em aviões da FAB.
O advogado Frederick Wassef, que trabalha na defesa de Bolsonaro, também é investigado. Ele já admitiu que foi aos EUA para recomprar o relógio Rolex após o TCU mandar Bolsonaro devolver as joias dadas por autoridades sauditas.
"Os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores", diz trecho da manifestação da PF ao STF.