Aparelho eletrônico vai medir poluição em tempo real

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Aparelho eletrônico vai medir poluição em tempo real

Vitória - Grande Vitória

 Equipamento inédito que será instalado em oito estações na Grande Vitória (quatro até o final do ano e outros quatro no primeiro trimestre de 2026) identifica picos de poluição em segundos

Aparelho eletrônico vai medir poluição em tempo realO controle da poluição do ar na Grande Vitória vai entrar em uma nova fase. O governo do Estado firmou, nesta terça-feira (28/10), novos acordos de cooperação com as empresas Vale e ArcelorMittal para modernizar o monitoramento da qualidade do ar.

A parceria, conduzida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Seama) e pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), marca o início do uso de equipamentos eletrônicos capazes de medir, em tempo real, com até dois segundos, o famoso pó preto que incomoda os moradores da Região Metropolitana.

O governador Renato Casagrande (PSB) explicou que os novos aparelhos vão permitir acompanhar de forma automática as partículas em suspensão e a poeira que se deposita nas casas, ruas e veículos. A tecnologia, segundo ele, será incorporada ao licenciamento ambiental das empresas, garantindo fiscalização permanente e dados públicos mais precisos e transparentes.

Hoje, o Estado já conta com 16 pontos de controle e deve instalar oito novas estações eletrônicas até o primeiro trimestre de 2026, distribuídas entre Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha. "Com os oito novos monitores eletrônicos, o Espírito Santo se torna referência nacional em controle ambiental urbano", comemorou Casagrande.

O monitoramento eletrônico será adicionado à rede de monitoramento do ar existente. Os  novos equipamentos serão instalados em quatro estações até o final do ano: Ilha do Boi,  cuja instalação foi realizada   no último dia 17;  Ibes, em Vila Velha; Jardim Camburi, em Vitória;  e Vila Capixaba, em Cariacica.

Nas outras quatro restantes, o aparelho será instalado no primeiro trimestre do ano que vem em Laranjeiras, Cidade Continental e Carapina, na Serra, além da Enseada do Suá, em Vitória, segundo Mário Louzada, diretor-presidente do Iema.

O engenheiro Luiz Cláudio Santolin, responsável pela EcoSoft, empresa que desenvolveu os novos sensores, destacou que a diferença é o tempo de resposta. Enquanto o sistema atual de monitoramento manual de poeira sedimentável depende de potes expostos por 30 dias e análise em laboratório — sujeita a interferências como folhas, insetos e até fezes de pássaros — o novo equipamento, chamado Ecops, faz medições automáticas a cada dois segundos e consolida relatórios por hora.

“Isso permite que o órgão ambiental identifique imediatamente um pico de poluição, veja a direção do vento e aja rápido para cobrar quem precisa ser cobrado”, explicou.

O deputado Fabrício Gandini (PSD), presidente da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, participou da assinatura do convênio do governo do Estado com as mineradoras, no Palácio Anchieta, e destacou que o avanço é também fruto do trabalho de fiscalização e cobrança feito pelo colegiado.

Aparelho eletrônico vai medir poluição em tempo real

“Esse é um resultado concreto de uma luta que travamos há anos dentro da Assembleia. Foi o nosso trabalho técnico e insistente que manteve o tema vivo e pressionou por resultados. Agora teremos dados em tempo real, transparência e mais segurança para quem respira o ar da Grande Vitória”, afirmou Gandini.


 TCAS

Por fim, o anúncio marcou também o encerramento dos Termos de Compromisso Ambiental (TCAs) firmados em 2018 entre o Estado, os Ministérios Públicos Federal e Estadual, a Vale e a ArcelorMittal. Das metas definidas, o Iema cumpriu integralmente as oito sob sua responsabilidade. Já as empresas cumpriram parcialmente algumas metas: 28 de 48 pactuadas com a Vale, e 85 de 131 com a ArcelorMittal. As metas pendentes serão incorporadas como condicionantes nas novas licenças ambientais, garantindo que o controle e acompanhamento continuem vigentes mesmo após o fim formal dos TCAs.

Para Gandini, o fechamento dos TCAs não significa o fim do controle, mas uma nova etapa: “Agora o monitoramento será digital, transparente e imediato. Isso é um ganho enorme para a população e para o meio ambiente capixaba”, concluiu.

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