'Grave' e 'insustentável': grandes universidades se pronunciam sobre cortes do governo Bolsonaro

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

'Grave' e 'insustentável': grandes universidades se pronunciam sobre cortes do governo Bolsonaro

Declaração de penúria feita pela UnB, UFRJ, UFF e UFRN, que estão sem dinheiro para pagar as contas de dezembro, mobiliza alunos bolsistas que preveem fim de ano de dificuldades
Educação - Bolsonaro

A Universidade de Brasília (UnB) anunciou que está sem dinheiro para pagar as contas de dezembro.A reitoria informou que sofreu um novo corte em recursos do governo federal, que, agora, retirou do caixa da instituição mais R$ 17 milhões. Os cortes, que já vinham acontecendo em sequência, desta vez deixarão paralisados os serviços do restaurante universitário, da segurança, de manutenção e limpeza. Também faltará dinheiro projetos de pesquisadores e para bolsas de estudantes, segundo a UnB.

A partir de levantamento das áreas de planejamento e orçamento , a UnB diz que está "impossibilitada de efetuar pagamentos das despesas já liquidadas e de realizar novos empenhos". No comunicado, a instituição alega que "a situação financeira da UnB e das demais universidades federais já era dramática desde o início de 2022, piorou com o corte de 7,2% feito pelo governo federal em junho (R$ 18 milhões só na UnB) e, agora, torna-se insustentável".

O comunicado da reitora Márcia Abrahão e do vice-reitor Enrique Huelva diz que a UnB "repudia veementemente essa situação e a herança calamitosa na Educação, Ciência e Tecnologia que o governo federal parece ter decidido deixar para o seu sucessor, em janeiro de 2023. A medida desconsidera, mais uma vez, que os principais atingidos pelos ataques às instituições públicas são as parcelas mais vulneráveis da sociedade brasileira. No caso das universidades, os mais afetados são os estudantes vulneráveis socioeconomicamente e os trabalhadores assalariados de empresas terceirizadas".

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte também divulgou que não tem dinheiro em caixa para as despesas do mês de dezembro. De acordo com a UFRN, não há recursos para pagar os contratos de terceirização, as bolsas e o auxílio estudantil e a energia elétrica. A instituição disse que a gota d'água foi na quinta-feira da semana passada, quando houve o "bloqueio de fato do orçamento da instituição", de cerca de R$ 5,5 milhões. "O sentimento é de frustração e tristeza", diz o comunicado.

A UFRJ foi parar entre os assuntos mais comentados no Twitter hoje porque anunciou que também se encontra em situação de penúria, com os novos cortes anunciados. No sábado (3), a reitoria informou em comunicado as consequências do bloqueio de cerca de R$ 15 milhões por parte do governo federal. "A situação de limite zero que nos foi imposta, associação à falta de provisões de liberações até o final do ano, nos impede de continuar, pois nosso orçamento definido em lei tornou-se inacessível e isso coloca em risco a continuidade do funcionamento se os cortes não forem revertidos em poucos dias", informa. Assinam também o documento a UFF, o Instituto Federal Fluminense, o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), o Colégio Pedro II, o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), a Universidade Federal do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, a UFRRJ, a Uerj (que é do governo do estado) e a Unirio.

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